31 de ago. de 2010

O duelo do século vai começar:Street Fighter X Tekken

Os rumores de que Tekken e Street Fighter finalmente se misturariam começaram algumas semanas antes da Comic-Con 2010. Muitas fontes chegaram até mesmo a citar a existência de dois projetos separados, o que era bom demais para ser verdade, ao menos na cabeça dos jogadores. Logo, poucos acreditaram na veracidade das notícias.

Mas o improvável aconteceu: Yoshinori Ono, da Capcom, e Katsuhiro Harada — responsável por Tekken — subiram ao palco, revelando que a combinação entre os jogos era real. Não bastasse o anúncio, eles ainda realizaram um breve duelo, sem barras de energia ou tempo, contando com quatro personagens — sendo dois pertencentes a cada universo.

Antes de se desesperar — como qualquer bom fã de uma das franquias —, gritando pelos cantos que a ideia não funcionará, fique sabendo que cada desenvolvedora criará um jogo diferente, exatamente como foi suposto anteriormente.



Isso significa que a Capcom cuidará de Street Fighter X Tekken, tendo personagens das duas franquias lutando em um plano bidimensional, com esquemas de controle similares aos de Street Fighter IV. O mesmo pode ser dito do motor gráfico, reaproveitado dos lançamentos anteriores.

A Namco, por sua vez, criará o oposto: Tekken X Street Fighter, com arenas e movimentação tridimensional, tendo uma data de lançamento posterior. Além de uma imagem do protótipo de Ryu, nada foi revelado pela desenvolvedora.

Para que fique claro, esta prévia tratará do projeto da Capcom, isto é, Street Fighter X Tekken.

Clima quente

Voltando ao duelo exibido na feira, vimos Ryu e Kazuya (em sua versão alterada, com olho vermelho) trocando algumas palavras de forma muito rápida — isso durante a animação inicial, já depois da exibição do trailer com Dan. Ryu, percebendo que não tem fuga, se prepara para a briga, que começa em seguida.


Os gráficos são extremamente similares aos de Street Fighter IV, contendo o mesmo sistema de animação facial para os lutadores, o qual entra em cena quando alguém desfere ou toma golpes. O mais interessante foi vermos o quão bem Kazuya se encaixou ao restante da cena, ao menos do ponto de vista gráfico.

Os cenários exibidos estavam um tanto quanto destruídos, com carcaças de ferro espalhadas por todos os cantos. Mais ao fundo, os ServBots, de Megaman Legends, esticavam os braços, fazendo o papel de espectadores ao lado de alguns humanos.

Os guerreiros

Embora não tenha a habilidade de lançar projéteis como Hadoukens, Kazuya lida facilmente com o golpe, utilizando uma esquiva para frente, idêntica à adotada por Dudley. Entretanto, Ryu pode contratacar dentro do alcance certo, usando o seu chute Joudan. O golpe, visualizado pela primeira fez em Street Fighter III, é capaz de lançar o oponente para trás a toda velocidade, fazendo com que ele chegue até a rebater na parede.
Caindo depois do impacto, o oponente pode entrar no que é descrito como juggle, um período em que ele ainda está suscetível aos golpes, suspenso no ar. Deste ponto em diante, os mais experientes poderão emendar uma série de ataques especiais, criando os tradicionais combos.

E os personagens de Tekken, como ficam em termos de combos? Algumas das sequências de ataques terão que ser feitas manualmente (com soco após soco). Já outras serão executadas na forma de golpes especiais, desferindo todos os ataques continuamente após um único comando inserido pelo jogador.

É o caso da giratória quádrupla, de Kazuya, que acerta duas vezes na parte de cima e duas na parte de baixo. Outra opção para Kazuya é o seu gancho eletrificado, que nos leva à próxima grande novidade trazida por Street Fighter X Tekken.
Surpresas para a batalha

Depois de emendar dois ou três golpes, Ryu ganha destaque na câmera, ativando uma animação similar à aplicada aos Ultras de Street Fighter IV. Em seguida, Chun-Li entra em ação, deixando claro que haverá um sistema de tag (troca entre os personagens da equipe) nas lutas.

Ela chuta todos os cantos do corpo de Kazuya, dando espaço ao Metsu Hadouken de seu companheiro. É claro que o time de Tekken não deixa por menos: Kazuya, já recuperado, também usa alguns chutes e ativa o comando de auxílio do parceiro, o que faz com que seu olho brilhe mais forte.

Quem entra para ajudá-lo é Nina. Os golpes da garota são defendidos por Ryu, até que ela encontra uma brecha e o imobiliza, deixando sua cara livre para o gancho elétrico de Kazuya. A sequência é devastadora.
Ainda no que diz respeito ao envolvimento dos elencos de jogos tão diferentes, Harada disse claramente que quer explorar a proposta como se houvesse uma relação de bastidores nunca revelada anteriormente. Seria como se Ryu já conhecesse Kazuya de algum lugar. A execução pode determinar o fracasso ou o sucesso da ideia.

Mesclando as franquias e sistemas

O fato do game estar sendo construído sobre a plataforma que alimentou Street Fighter IV e a versão Super não significa que as técnicas de luta trazidas por Tekken tenham sido neutralizadas, muito pelo contrário!

Quem observou bem a luta entre Ono e Harada percebeu, em primeiro lugar, que há uma divisão entre as alturas dos golpes. Em uma das cenas Ryu é atingido pela sequência de Kazuya, mesmo apesar de estar defendendo abaixado. Isso pode significar duas coisas: os movimentos se dividem entre baixos, centrais e altos ou os overheads (golpes que atingem os adversários por cima, pegando quem está abaixado) estão sendo usados pela Capcom.

Além disso, em algumas das cenas de recuperação, os personagens não ficaram em pé imediatamente, optando por rolar pelo chão ou saltar diretamente para frente, exatamente como em Tekken. A adição desse sistema trará um novo jogo de adivinhação em torno do que deve ser feito quando o oponente é derrubado. Novas estratégias são sempre bem-vindas no universo dos jogos de luta.
A inspiração vem da história

Outro ponto que foi observado pelos dois produtores, em uma entrevista cedida à IGN durante a gamescom, é que nem o elenco nem os golpes estão restritos aos jogos mais novos. De tal forma, os games antigos podem servir como fonte de inspiração para o projeto. Ono ainda complementou a informação, dizendo que eles nunca serão capazes de agradar a todos os fãs, os quais continuarão sempre pedindo por outros personagens.

Realmente, neste aspecto, o produtor tem toda a razão. Basta vermos o caso de Super Street Fighter IV: mesmo com dez novos personagens, os jogadores continuam pedindo por lutadores mais obscuros, como Q, Poison, Rolento, Elena e Hugo, por exemplo.

A expectativa em torno dos dois projetos é grande, mas ainda há um longo percurso pela frente, uma vez que nenhum dos dois deve ser lançado antes do fim de 2011. Tekken X Street Fighter chegará em segundo lugar. Já o prazo de dois anos para Street Fighter X Tekken, estabelecido por Ono na Comic-Con, terá que ser reduzido, já que os grandes executivos da Capcom estão pressionando a equipe de desenvolvimento.
Agora, torcemos para que os pedidos das cadeias superiores de comando da Capcom não tenham impacto na qualidade do game. Mais informações virão com a Tokyo Games Show, que acontecem em setembro. Novos anúncios relacionados ao elenco? Temos certeza de que sim!

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